terça-feira, 30 de julho de 2013

Dica de Fime: ET - O Extraterrestre

Dica de um filme da década de 80, de Steven Spielberg, que vai pacificar corações agoniados pela dor: ET - O Extraterrestre.
Já assisti muitas vezes, sempre fui fã, mas com uma perda grande, o signficado fica especial e mais terno.
A cada vez que assisto (e não canso!), a diferente bagagem de vida faz com que eu tenha outra visão da obra, tão ou mais bela quanto as anteriores!



Esse é um recurso realmente capaz de nos auxiliar a transformar nossa dor em calor!

terça-feira, 16 de julho de 2013

O choro

Quantas vezes, quando você estava triste e teve vomtade de chorar, ou mesmo estava chorando, ouviu um sonoro "não chora, não!"?
Naturalmente, falo das situações de tristeza, angústias, perdas, lutos, enfim, situações que justificam esse efeito fisiológico do organismo humano.
Quando se fala em funções fisiológicas, refere-se às funções físicas, orgânicas, bioquímicas que possuímos no estado saudável, equilibrado, normal de nosso organismo. Portanto, assim como todas as outras unções fisiológicas que ocorrem diariamente em todos os seres vivos, o choro também está dentre elas.
Não há, pois, porque inibi-lo. Se ele existe, tal como as outras funções, é porque tem sua importância, seu papel, ainda, e talvez sobretudo, pelo seu caráter biopsicosocial.
Quem já não sentiu um alívio, fisìco e mental mesmo, após ter chorado profundamente em virtude de uma dor da alma?
O choro não tem o poder de remover nossas dores
 emocionais, mas, sim, o de amenizar o estado de angústia que nos encontramos justamente por causa dessas dores! Permitir uma situação de apaziguamento psicológico, mesmo que por uns instantes, o suficiente para dar fôlego para continuarmos nossa jornada (difìcil) numa direção ou outra.

Como vimos, não se preocupe em ter que deixar de dar vazão a um choro. Liberte-se.

Ademais, geralmente, quem nos repreende sequer pode dimensionar as nossas razões de estar chorando.

Numa ocasião, eu chorava desesperadamente por duas razões sérias e graves: uma sabida por todos e outra, não (por motivos que não vem ao caso), ambas de naturezas diversas, mas muitíssimo doloridas. Um parente veio até mim e afirmou que era exagero, sem saber a realidade por trás daquelas lágrimas que marcaram (duplamente) a mimha vida no mesmo dia.

Não faça juízo de valor do choro alheio.

E você, cujo peito anda apertado e o olho marejado, chore.

As águas do rio correm para tornarem-se mar, jamais serão as mesmas.





quinta-feira, 11 de julho de 2013

Inspiração: Vitória de Cristo

Eu conheci a História da Vitória quando ela ainda tinha meses de vida. Fez um aninho, dois.
Mesmo virtualmente, apeguei-me à ela, à família (em especial à Sua Mãe Joana, sábia, iluminada e lutadora) e a história deles.
Num resumo simplista, Vitória nasceu com uma má-formação grave cuja Medicina diria sua existência extra-uterina ser incompatível com a vida. Digo resumo simplista pois o assunto é longo, polêmico, delicado e a intenção, aqui, não é abordar essas discussões, pelo menos não neste momento.
A propósito, Joana coloca em pauta com maestria muitas dessas questões envolvidas na História da Vitória no Blog que criou para ela Amada Vitória de Cristo. A leitura, ainda que de trechos, é recomendada sem dúvida.
Quando Vitória se foi, eu senti como se alguém muito próximo tivesse partido (e era, ainda que não fisicamente).
Enfim, vim indicar um dos maiores exemplos que já conheci de transformação de dor em calor.
A cada postagem da Joana podíamos sentir muito forte essa transmutação.
Acredito que a leitura do Blog possa, inclusive, auxiliar quem esteja passando por problemas difíceis com seus filhos, sejam quais forem, e mesmo aos que partiram.
Em tempo, poucos dias antes de a Vitória partir, foi feito um filme curta sobre a História dela.





Eu, Vitória

Dê-me a sua mão, pois não consigo sentir isto só

Certo dia, ouvi uma pessoa sábia falar sobre uma criança, então cega, que voltara a enxergar e que, diante da imensidão do mar visto pela primeira vez disse ao pai:
_ "Pai, me dê a sua mão, me ajude a enxegar tudo isso!"
Pois bem, a criança, ao deparar-se, pela primeira vez, com uma imagem contemplativa que a natureza formosamente lhe oferecia, entendeu que aquela cena abrigava exuberância demais para ser vista, olhada, enxergada, sentida sozinha. E, assim, necessitou dividir essa experiência por meio do gesto simbólico de pedir a mão de seu pai, como forma de acolher todas as sensações de plenitude que extravazavam dela só, não nela cabiam.
A dor da perda é assim, às avessas.
Tão grande, tão perfurante das estranhas mais profundas do ser que o desejo é de gritar para alguém, como aquela criança, "ei, você aí, divida comigo esse sentimento que me fere tanto, está difícil carregar sozinho!".
Parece que o peito vai explodir. Implodir, de dentro para fora.
Muitas vezes, não temos a quem recorrer e pedir a mão ou o ombro. Ou porque não tem tempo para isto; ou vai medir com os critérios dele a nossa dor; ou porque não nos cai compreender (ainda que tente).
E fica aquele nó (de marinheiro) na garganta.
Até que uma onda grande (pode ser de muitas lágrimas) passe e desfaça-o.

Como lidar com um diagnóstico ruim?

Escrevi este texto logo que recebi um diagnóstico sombrio, que me trouxe dúvidas, incertezas, medo, muito medo.
Na época, achei que deveia escrever sobre tudo o que estava sentindo e guardei. Agora venho compartilhar a quem possa interessar para, quem sabe, amenizar o sofrimento de quem está em vias de receber eu recebeu um diagnóstico ou prognóstico negativo.


Como lidar com um diagnóstico ruim?

Quando a gente está esperando por um resultado de exame que pode revelar algo mais sério (uma doença grave, uma chance de cura inviável, uma expectativa frustrada) passa os dias antecedentes tenso, aflito, angustiado, ansioso, insone etc.
Passam pela nossa cabeça inúmeras possibilidades, desde as mais esperadas e previsíveis até as mais inesperadas, inexplicáveis, mágicas. Como seria bom se uma varinha mágica pudesse tocar aquele laudo e transformar o que for em algo bom!
O fato é que, enquanto esperamos, passamos a imaginar como seria se o resultado der isso ou aquilo e prepararmo-nos para o pior, na medida do possível, caso isto realmente aconteça, numa espécie de defesa da sobrevivência menos dolorida, de não ser pego pelo inesperado que machuca.
Entretanto, quando a gente se depara com o resultado que não queremos, certamente não estaremos preparados para ficarmos tranquilos, agir de forma racional, tranquila, serena, não precipitada. A primeira reação, apesar de depender muito de cada pessoa, costuma ser um tipo de ausência de reação.
É o momento em que as "fichas vão cair", o assunto vai começar a ser assimilado, digerido. Bem provável que as únicas sensações que sentiremos um soco na boca do estômago, um buraco negro sob o chão, um aperto no peito, uma escuridão sem fim.
E o exercício mental que foi feito antes como preparo? Nesse momento, ele fica suspenso.  Como se o choque da notícia impedisse o acesso cognitivo às possibilidades da nova realidade que existirá a partir daquele momento.
E então a gente chora, entristece-se e cada um age conforme sua personalidade.
Somente depois de um certo tempo, algumas horas eu diria, é que os pensamentos voltam a se organizar. O acesso à luz vai sendo desobstruído aos poucos e começamos a enxergar que ainda há alternativas, possibilidades, opções, sempre, independente do que se trata (não é fácil se convencer disso, principalmente quando se está muito próximo do notícia), mas sim, a luzinha no fim do túnel vai aparecer!
Miúda, timída, mas vai! E, gradualmente (e em conformidade com diversos fatores que podem influenciar), ela vai ganhando força, robustez, vivacidade e acalmar o nosso coração - o que realmente precisamos nessas fases difíceis!
Não há conhecimento técnico, científico, médico que seja capaz de tranquilizar (total e satisfatoriamente) um coração aflito nessas situações. A força genuína vem apenas de dentro da gente. Uma palavra amiga sábia pode contribuir para que ela emirja, venha à tona, mas a sua origem é o nosso interior, mesmo!
Um exemplo para fortalecer e dar credibilidade às minhas palavras: minha avó querida teve câncer de esôfago em idade avançada com recidiva (tratou e voltou). Esse tipo de câncer é considerado, segundo os médicos, agressivo, de evolução rápida e praticamente incurável. O primeiro diagnóstico foi crudelíssimo: não tem solução. A jornada foi longa, difícil, buscamos outros profissionais (preparados técnica e emocionalmente para tratar um paciente assim - e a família dele,), foram feitos os tratamos possíveis e, sim, ela ficou curada! Considerada curada pela Medicina cética. (O caso foi até para estudos oncológicos devido a raridade).
Não é fácil, mas nem impossível e nada está perdido!

Boa sorte! o texto e guardei. 

sábado, 6 de julho de 2013

O Começo


Perdi pessoas amadas e próximas, passei pelo luto e respectivo sofrimento de cada uma delas. De pessoas mais distantes também, queridas. Cada vez que nos separamos desta vida terrena de alguém que nos é importante sofremos de alguma forma, de alguma maneira, em alguma proporção. As reações são diferentes e não podem ser medidas, pois não sentimos igual ao outro.
Tive uma perda que me doeu diferente. Não mais, nem menos do que das outras vezes, mas duma forma pungente (dolorida) com a qual tive/tenho dificuldade de lidar, aceitar. Não há que se criar um juízo de valor para esse tipo de sentimento (julgar se é "bobeira", por exemplo, atribuir um valor positivo ou negativo). Simplesmente porque cada um tem uma história de vida, um repertório pessoal, uma criação, valores diversos, circunstâncias pessoais que distinguem a trajetória pessoal das demais pessoas do mundo e fazem todo ser humano único e que sente de modo único. Por isso, não há uma régua igual e fixa a ser utilizada para todos sem injustiças.
Foi uma perda de um ser especialíssimo para mim, com o qual possuo um elo transcendental. A morte foi precoce, traumática, de uma forma abaladora e perturbadora internamente. Naquele dia, senti todas aquelas sensações que a gente costuma imaginar que vai sentir se mãe ou pai morrer quando somos crianças e morrer também: desespero, sem chão, ânsia, vertigem, enjôo, sensação de desmaio, visão escura, desequilíbrio total do organismo e dor, física mesmo, no coração.
Mas aconteceu e eu sobrevivi. E agora? Como lidar com a dor que fica? Uma dor que parece não caber dentro de nós, mas que não há outra solução se não enfrentá-la?
Diante dessas minhas inquietudes todas, criei esse espaço para tentar transformar em calor a dor que carregamos. A minha vem de uma perda. Mas você é bem vindo independente da origem da sua!