Escrevi este texto logo que recebi um diagnóstico sombrio, que me trouxe dúvidas, incertezas, medo, muito medo.
Na época, achei que deveia escrever sobre tudo o que estava sentindo e guardei. Agora venho compartilhar a quem possa interessar para, quem sabe, amenizar o sofrimento de quem está em vias de receber eu recebeu um diagnóstico ou prognóstico negativo.
Como lidar com um diagnóstico ruim?
Quando a gente está esperando por um resultado de exame que pode revelar algo mais sério (uma doença grave, uma chance de cura inviável, uma expectativa frustrada) passa os dias antecedentes tenso, aflito, angustiado, ansioso, insone etc.
Passam pela nossa cabeça inúmeras possibilidades, desde as mais esperadas e previsíveis até as mais inesperadas, inexplicáveis, mágicas. Como seria bom se uma varinha mágica pudesse tocar aquele laudo e transformar o que for em algo bom!
O fato é que, enquanto esperamos, passamos a imaginar como seria se o resultado der isso ou aquilo e prepararmo-nos para o pior, na medida do possível, caso isto realmente aconteça, numa espécie de defesa da sobrevivência menos dolorida, de não ser pego pelo inesperado que machuca.
Entretanto, quando a gente se depara com o resultado que não queremos, certamente não estaremos preparados para ficarmos tranquilos, agir de forma racional, tranquila, serena, não precipitada. A primeira reação, apesar de depender muito de cada pessoa, costuma ser um tipo de ausência de reação.
É o momento em que as "fichas vão cair", o assunto vai começar a ser assimilado, digerido. Bem provável que as únicas sensações que sentiremos um soco na boca do estômago, um buraco negro sob o chão, um aperto no peito, uma escuridão sem fim.
E o exercício mental que foi feito antes como preparo? Nesse momento, ele fica suspenso. Como se o choque da notícia impedisse o acesso cognitivo às possibilidades da nova realidade que existirá a partir daquele momento.
E então a gente chora, entristece-se e cada um age conforme sua personalidade.
Somente depois de um certo tempo, algumas horas eu diria, é que os pensamentos voltam a se organizar. O acesso à luz vai sendo desobstruído aos poucos e começamos a enxergar que ainda há alternativas, possibilidades, opções, sempre, independente do que se trata (não é fácil se convencer disso, principalmente quando se está muito próximo do notícia), mas sim, a luzinha no fim do túnel vai aparecer!
Miúda, timída, mas vai! E, gradualmente (e em conformidade com diversos fatores que podem influenciar), ela vai ganhando força, robustez, vivacidade e acalmar o nosso coração - o que realmente precisamos nessas fases difíceis!
Não há conhecimento técnico, científico, médico que seja capaz de tranquilizar (total e satisfatoriamente) um coração aflito nessas situações. A força genuína vem apenas de dentro da gente. Uma palavra amiga sábia pode contribuir para que ela emirja, venha à tona, mas a sua origem é o nosso interior, mesmo!
Um exemplo para fortalecer e dar credibilidade às minhas palavras: minha avó querida teve câncer de esôfago em idade avançada com recidiva (tratou e voltou). Esse tipo de câncer é considerado, segundo os médicos, agressivo, de evolução rápida e praticamente incurável. O primeiro diagnóstico foi crudelíssimo: não tem solução. A jornada foi longa, difícil, buscamos outros profissionais (preparados técnica e emocionalmente para tratar um paciente assim - e a família dele,), foram feitos os tratamos possíveis e, sim, ela ficou curada! Considerada curada pela Medicina cética. (O caso foi até para estudos oncológicos devido a raridade).
Não é fácil, mas nem impossível e nada está perdido!
Boa sorte! o texto e guardei.
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